Nicomedes Nunes de Souza
(Pastor e Psicólogo – Igreja Batista do Quinari)
Consolação! Qual o seu significado e sua negatividade quando aplicada falsamente? De acordo com o dicionário, consolação é o “alívio dado à aflição, à dor de alguém; conforto, consolo”. No grego inclui-se no seu significado a palavra “exortação e encorajamento”. Alguém está sofrendo ou está aflito em decorrência de algo, você vai, exorta-o e consola-o com palavras de ânimo! Há duas espécies de consolação: a falsa e a verdadeira! Podemos entender indo as Sagradas Escrituras, mas precisamente ao livro de Jeremias. A mensagem de Jeremias é das mais impressionantes e contemporâneas que encontramos na Bíblia. Impressiona-nos porque tanto o profeta, quanto o sacerdote usam de falsidade (na consolação), manipulando a palavra de Deus ao seu povo: “Porque desde o menor deles até o maior, todos são gananciosos; profetas e sacerdotes igualmente, todos praticam engano” (6.13 NVI). O sacerdote sacrificava farisaicamente (gananciosa) e o profeta mentia, quando levava ao povo uma mensagem que não provinha da parte de Deus. Enquanto o povo necessitava de passar pelo arrependimento, o profeta dizia que estava tudo bem, que havia paz. O povo precisava ser curado, mas a cura vinha superficialmente, sem mudança de vida. Estavam ouvindo o que lhe aprazia ( o que o coração desejava) e não a mensagem que Deus queria que ouvissem. Diz o texto: “Eles tratam da ferida do meu povo como se não fosse grave. Paz, paz, dizem quando não há paz alguma” (Jr 6.14 NVI). Tanto o profeta quanto o sacerdote usam de uma “consolação falsa” (v-13). A mensagem de Jeremias vem justamente condenar a falsidade do profeta e do sacerdote. Jeremias denuncia uma consolação falsa! O maior dos erros é quando se manipula a Palavra de Deus para apaziguar o ego do pecador ferido e quando a ferida do pecado é curada superficialmente. O pastor como profeta de Deus, jamais deve falar em seu nome. Não deve consolar o povo com mensagens que não o leve a questionar sua condição de pecador, seu modo de vida! Muitas pessoas estão em busca de serem consolados, porém, se recusam a afastar-se de suas iniquidades. O pastor como profeta de Deus, também deve consolar àqueles, que sofrem não por causa de seus pecados, mas por uma circunstância adversa da vida, por querer perseverar no caminho da justiça, acaba por ser injustiçado. A esses, diz o texto sagrado que Deus nos amou e pela graça nos deu uma eterna consolação e boa esperança, e por isso, diz ainda a Bíblia, console os vossos corações e os confirme em toda boa obra e palavra (2 Ts 2.16c,17). Entendemos dessa forma que é o próprio Jesus quem anima, quem consola e quem dá a boa esperança. Jesus dá animo ao coração, não apenas para que a pessoa se sinta bem, mas para agir e falar o que convém, com coragem, dentro da vontade de Deus. Portanto, a profecia e o consolo são verdadeiros quando vindos do próprio Deus e não da vontade humana!